terça-feira, 8 de abril de 2008

Vazamento de tabelas


Tal qual um dossiê sobre gastos com cartões corporativos, as tabelas com os futuros salários dos docentes vêm sendo vazadas para a comunidade de professores das IFES através da página do PROIFES. É até compreensível que o ANDES fique de castigo e não receba informação nenhuma, mas e a mídia ? Por que o MEC e o MPOG não distribuem um press release com as propostas oficiais ?

Pois bem, mais uma vez são divulgadas oficiosamente novas tabelas salariais, desta vez não correspondem a nenhum anexo de ofício do MPOG, e as mudanças que ali estão, correm por conta e risco de quem acredita na fidelidade dos documentos. Há mudanças para melhor – houve um pequeno aumento para os adjuntos IV com doutorado, e também para os adjuntos com mestrado, de forma que o piso mínimo do aumento passa a ser efetivamente de 10% para os DE. Foram incluídas também tabelas com o detalhamento da composição dos vencimentos. E neste caso os professores que têm anuênios e ganhos judiciais terão um aumento menor, pois o vencimento básico não se altera em 2008, e depois do aumento em 2009, fica fixo em 2010.

Por outro lado, continuam inexistentes as tabelas para 40h ou 20h (consulta ao sítio do PROIFES em 9 de abril, às 23h) que atingem cerca de 8.000 professores, bem mais do que o PROIFES e o ANDES conseguem reunir em suas assembléias presenciais ou virtuais por todo o país. A gangorra entre GAE e titulação também continua rangendo em nossos ouvidos. Do ponto de vista dos professores federais de 1o e 2o grau o aspecto mais crítico e que não foi comentado é que, ao contrário dos professores de nível superior, foi proposta uma nova carreira, mas sem o plano de carreira. Assim o docente que optar pela nova carreira só tem a informação dos cargos mas não das regras de ascensão, o que não é o caso dos professores de nível superior que têm conhecimentos das regras de progressão horizontal e vertical. O fato do PROIFES ter assinado o acordo antes do SINASEF que é o maior sindicato da categoria, seguido pelo ANDES que representa os professores dos Colégios de Aplicação, demonstra o quão nervosa é a mão direita desta associação.

Sem CPI para convocar ministros que esclareçam e confirmem as propostas vazadas, ficam os docentes na expectativa de uma medida provisória, ou de um decreto lei que venha trazer algum alento à precária situação salarial em que se encontram, obrigando-os a toda sorte de empreendedorismo virtuoso ou vicioso.

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